Na pele feito fagulha de tiro

Na pele feito fagulha de tiro

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R$ 45,00

Tem gente que transborda palavra e consegue traduzir o que a gente nem tinha se dado conta de que sente também. Ou até sabe que sente, mas talvez não tenha conseguido elaborar com clareza, tampouco com poesia. Gente que agrega gente e vive no plural. Que se entrega sem medo e ama com coragem. Mergulha em mar revolto e dá nó em pingo d'água, celebrando a sorte que é estar viva para se encantar com as flores que aparecem no caminho.

 

Na pele feito fagulha de tiro é o livro de estreia de Júlia Arraes. Pernambucana, jornalista, mãe de Martim, ela passeia pelos anos mais recentes de sua juventude. Da saudade do frevo e do sururu ao encantamento por uma São Paulo que explode os sentidos, mas depois cansa. Do mergulho na maternidade com seu filho que tem nome de mar ao confinamento de uma pandemia que mexeu com tudo: "Num dia fazemos pão, no outro nem conseguimos esquentar água para o café". Dos desabafos com colegas de profissão ao fascínio com a morte: "Ficam os segundos de lembrança que não vão embora" - e ela compra espaço na nuvem na tentativa de guardar tudo, porque é de memórias que ela é feita. De entrega ao amor também, àquela paixão que dança em Belém e vai em protesto, que cria vida junto. 

 

"É preciso escolher a dedo o que levamos no coração", ela escreve, nos fazendo um convite. Como a gente olha para a vida? O que fica dos perrengues que nos constituem? Como renovamos os votos para ter uma existência com alegria e significado? Entre a poesia e a prosa, Júlia constrói um livro cheio de sensações, resgates e partilhas. É quase como um abraço de uma amiga com quem você quer varar a noite conversando sobre tudo que cabe aqui e agora. Júlia nos ajuda a olhar.  É a vida dela, mas a gente sabe que está diante de uma escritora grandiosa quando o que ela escreve diz da gente. E ela ainda faz isso misturando Marisa Monte com Ara Ketu, Ana Cristina César com Timbalada, Rilke com Hilda Hilst. Um presente para esse presente em que vivemos.

 

Daniela Arrais

 

Tem gente que transborda palavra e consegue traduzir o que a gente nem tinha se dado conta de que sente também. Ou até sabe que sente, mas talvez não tenha conseguido elaborar com clareza, tampouco com poesia. Gente que agrega gente e vive no plural. Que se entrega sem medo e ama com coragem. Mergulha em mar revolto e dá nó em pingo d'água, celebrando a sorte que é estar viva para se encantar com as flores que aparecem no caminho.

 

Na pele feito fagulha de tiro é o livro de estreia de Júlia Arraes. Pernambucana, jornalista, mãe de Martim, ela passeia pelos anos mais recentes de sua juventude. Da saudade do frevo e do sururu ao encantamento por uma São Paulo que explode os sentidos, mas depois cansa. Do mergulho na maternidade com seu filho que tem nome de mar ao confinamento de uma pandemia que mexeu com tudo: "Num dia fazemos pão, no outro nem conseguimos esquentar água para o café". Dos desabafos com colegas de profissão ao fascínio com a morte: "Ficam os segundos de lembrança que não vão embora" - e ela compra espaço na nuvem na tentativa de guardar tudo, porque é de memórias que ela é feita. De entrega ao amor também, àquela paixão que dança em Belém e vai em protesto, que cria vida junto. 

 

"É preciso escolher a dedo o que levamos no coração", ela escreve, nos fazendo um convite. Como a gente olha para a vida? O que fica dos perrengues que nos constituem? Como renovamos os votos para ter uma existência com alegria e significado? Entre a poesia e a prosa, Júlia constrói um livro cheio de sensações, resgates e partilhas. É quase como um abraço de uma amiga com quem você quer varar a noite conversando sobre tudo que cabe aqui e agora. Júlia nos ajuda a olhar.  É a vida dela, mas a gente sabe que está diante de uma escritora grandiosa quando o que ela escreve diz da gente. E ela ainda faz isso misturando Marisa Monte com Ara Ketu, Ana Cristina César com Timbalada, Rilke com Hilda Hilst. Um presente para esse presente em que vivemos.

 

Daniela Arrais