Órfãs de Esperança - Violências contra a mulher, alguns relatos no mundo
A antropóloga francesa Véronique Durand acompanhou cenários de violências contra a mulher no Brasil, Europa, África e Ásia. Violências no plural, porque o fenômeno social começa por um tipo de violência, em geral, verbal e segue para outros, cada vez mais aproximados do risco de morte.
A pobreza material, a falta de educação, valores morais inflexíveis associados à religião e à cultura comunitária têm proporcionado às mulheres a permanência em situação de humilhação social e familiar, espancamentos e mutilações físicas, risco de morte, isolamento, desterro e perda de identidade. O estudo de Véronique, no entanto, aponta uma universalidade preocupante.
As violências contra a mulher não são específicas de cada local ou variam de país a país, de cultura a cultura, diz Véronique Durand. Seu oportuno trabalho aparece para mostrar que há um contínuo que se assemelha e persiste, independente da sociedade e da cultura. Em um cenário permanente de violência na sociedade humana, a violência contra as mulheres alcança os índices mais expressivos.
A violência verbal, por exemplo, muda de língua ou de expressões locais, persistindo como discurso do homem e do lugar masculino de posse e de submissão da mulher. Muda a religião ou o ambiente social, mas as formas de violência física se mantêm, com os mesmos métodos, nos mesmos cenários, sobretudo, em casa e na rua. Os casos de espancamentos e mutilações físicas, e risco de morte, quase obedecem um padrão, comprovando existir uma universalidade. O mesmo vale para os casos de isolamento e perda de identidade.
Véronique Durand manteve contato com mulheres vítimas de violências em autarquias, centro sociais e organizações não-governamentais, envolvendo trabalhadores multidisciplinares. Também manteve contato com homens que agiram com violências contra a mulher.
Seu trabalho de antropóloga não para na observação, pois interfere com sugestões para a mudança de realidade. Sugere que a independência econômica e/ou a educação precisam ser apoiadas como indutores de uma nova consciência. E compreende que, na maior parte dos homens - não importando país, cultura, religião ou condição socioeconômica -, a questão tem de começar pela polícia, com a denúncia, e pela justiça, para estabelecer leis e punições, antes de iniciar um processo de acompanhamento terapêutico e educacional.
Em todas as cidades por onde Véronique Durand passou em seu trabalho, as mulheres contam com autarquias, centros sociais e organizações não-governamentais interagindo para orientá-las sobre sua condição de ser social, direitos, oportunidades e construção de cenários amorosos, parentais e sociais de igualdade. Em meio a uma universalidade de violências, em que homens humilham, batem e matam mulheres, também é possível perceber sinais de resistência. Órfãs da Esperança é uma proposta de conhecimento destes cenários de brutalidade e uma sugestão de esperança na construção de uma sociedade sem violência.
A antropóloga francesa Véronique Durand acompanhou cenários de violências contra a mulher no Brasil, Europa, África e Ásia. Violências no plural, porque o fenômeno social começa por um tipo de violência, em geral, verbal e segue para outros, cada vez mais aproximados do risco de morte.
A pobreza material, a falta de educação, valores morais inflexíveis associados à religião e à cultura comunitária têm proporcionado às mulheres a permanência em situação de humilhação social e familiar, espancamentos e mutilações físicas, risco de morte, isolamento, desterro e perda de identidade. O estudo de Véronique, no entanto, aponta uma universalidade preocupante.
As violências contra a mulher não são específicas de cada local ou variam de país a país, de cultura a cultura, diz Véronique Durand. Seu oportuno trabalho aparece para mostrar que há um contínuo que se assemelha e persiste, independente da sociedade e da cultura. Em um cenário permanente de violência na sociedade humana, a violência contra as mulheres alcança os índices mais expressivos.
A violência verbal, por exemplo, muda de língua ou de expressões locais, persistindo como discurso do homem e do lugar masculino de posse e de submissão da mulher. Muda a religião ou o ambiente social, mas as formas de violência física se mantêm, com os mesmos métodos, nos mesmos cenários, sobretudo, em casa e na rua. Os casos de espancamentos e mutilações físicas, e risco de morte, quase obedecem um padrão, comprovando existir uma universalidade. O mesmo vale para os casos de isolamento e perda de identidade.
Véronique Durand manteve contato com mulheres vítimas de violências em autarquias, centro sociais e organizações não-governamentais, envolvendo trabalhadores multidisciplinares. Também manteve contato com homens que agiram com violências contra a mulher.
Seu trabalho de antropóloga não para na observação, pois interfere com sugestões para a mudança de realidade. Sugere que a independência econômica e/ou a educação precisam ser apoiadas como indutores de uma nova consciência. E compreende que, na maior parte dos homens - não importando país, cultura, religião ou condição socioeconômica -, a questão tem de começar pela polícia, com a denúncia, e pela justiça, para estabelecer leis e punições, antes de iniciar um processo de acompanhamento terapêutico e educacional.
Em todas as cidades por onde Véronique Durand passou em seu trabalho, as mulheres contam com autarquias, centros sociais e organizações não-governamentais interagindo para orientá-las sobre sua condição de ser social, direitos, oportunidades e construção de cenários amorosos, parentais e sociais de igualdade. Em meio a uma universalidade de violências, em que homens humilham, batem e matam mulheres, também é possível perceber sinais de resistência. Órfãs da Esperança é uma proposta de conhecimento destes cenários de brutalidade e uma sugestão de esperança na construção de uma sociedade sem violência.